Os laudos dizem que a menina sofreu um processo de esganadura durante três minutos dentro do apartamento, o que ocasionou uma parada respiratória. Depois, Isabella foi jogada. A queda ocasionou um politraumatismo, com lesões nos órgãos internos. Segundo a polícia, não havia mesmo uma terceira pessoa no apartamento naquela noite de sábado, 29 de março. A perícia também constatou que a pegada no lençol era do chinelo de Alexandre Nardoni, pai da garota.
Maria Aparecida Alves Nardoni, mãe de Alexandre Nardoni, prestou depoimento. Na saída, Antonio Nardoni, pai de Alexandre, reafirmou a inocência do filho e da mulher do rapaz. Questionado se denunciaria o filho caso ele fosse o culpado, Antonio Nardoni respondeu: "Com certeza, ele já teria assinado a confissão". O advogado disse ainda que "o assassino (de Isabella) merece pagar pelo que cometeu".
A mãe da menina rezou pela filha em uma missa especial celebrada pelo padre Marcelo Rossi no Santuário do Terço Bizantino, em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. Na celebração, a menina foi lembrada diversas vezes.
Em depoimento à polícia, Anna Carolina Trotta Jatobá, madrasta de Isabella, de 5 anos, que morreu após cair do 6º andar de prédio na zona norte de São Paulo, confessou que já teve muitos desentendimentos com a mãe da menina, que inicialmente tinha ciúmes desta com seu marido, sendo que alguns desentendimentos terminaram há pouco tempo, quando seu filho Pietro passou a freqüentar a mesma escola que Isabella. Anna Carolina disse que seu relacionamento com a menina era "ótimo". É o que se confirma com a leitura da íntegra dos depoimentos aos quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
Veja trechos do depoimento:
Declarou que (...) quando conheceu Alexandre, ele não mantinha qualquer relacionamento com Ana Carolina, com a qual teve uma filha, Isabella (...) Que tem conhecimento que Alexandre efetuava o pagamento da pensão alimentícia a Isabella, cujo valor não sabe informar, entretanto recorda-se que houve uma revisão de pensão na Justiça, para aumento do valor da pensão (...) Informa que conhecia Ana Carolina, mãe de Isabella, e confessa que já teve muitos desentendimentos com esta no decorrer da relação com Alexandre, visto que inicialmente tinha ciúmes desta com seu marido, sendo que alguns desentendimentos e intrigas terminaram pouco tempo atrás, quando seu filho Pietro passou a freqüentar a mesma escola que Isabella e então ligava para Ana Carolina perguntando se poderia apanhar Isabella, inclusive para levá-la para sua casa às sextas-feiras.
(... )Informa que o relacionamento com Isabella era ótimo, informando que eram apaixonadas (...) Que Isabella era calma, bastante boazinha e meiguinha, e nunca precisou repreendê-la e que ela dizia que gostava de ficar com a as criança porque fazia tudo o que ela queria, inclusive era querida pelos irmãos, que a amavam (...) Confessa que Alexandre já lhe deu palmadas a fim de repreendê-los (...) Alexandre era bom esposo e não tem comportamento agressivo, e parece-lhe calmo até demais e que não gosta de discussões (...) Que, na sexta-feira, Isabella não foi para a escola e por volta das 14h30 apanhou a menina na casa dos avós maternos; que não houve qualquer problema naquele dia; que Alexandre tinha conhecimento que a declarante estava naquela tarde com Isabella; que freqüentaram a piscina do prédio; que Isabella estava bem e nada de anormal aconteceu.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
polícia descarta hipótese de 3ª pessoa
A delegada-assistente do 9º Distrito Policial de São Paulo (Carandiru), Renata Helena da Silva Pontes, em suas considerações preliminares, disse que mãe de Isabella reclamou de ciúme doentio da madrasta em depoimento à polícia. Ainda segundo a delegada, não há qualquer indício de terceira pessoa ter estado na cena do crime. A certeza sobre como se deu a queda, acreditando que foi provocada, também merece críticas no texto, datado do dia 2 de abril.
Veja abaixo mais detalhes das conclusões preliminares dos investigadores do caso e as demais análises.
A hipótese de um estranho ter estado no apartamento, além de não apresentar qualquer coerência, considerando a dificuldade que encontraria para entrar em um edifício, diante do exíguo tempo disponível para praticar todo o mal contra a criança, diante do total absurdo caso tivesse alguém agido dessa forma, precipitando uma criança inocente, que não oferece qualquer obstáculo à fuga, que segundo o pai encontrava-se, inclusive, dormindo, não foi corroborada por quem quer que seja, não foi alicerçada por qualquer prova material ou testemunhal.
(...) em momento algum tiveram a iniciativa, comumente instintiva, de ligar para (...) o socorro, mesmo estando na posse de celulares, preferindo ligar para os respectivos pais, usando o telefone fixo do apartamento. Esse comportamento incomum, revela, quiçá, que ambos já sabiam que nada mais tinham a fazer para salvar a vida da criança, necessitando, naquele momento, de proteção paterna para eles próprios. (...)
Alexandre e Anna Carolina afirmaram possuir um relacionamento harmônico e civilizado, o que foi amplamente desmentido pelas testemunhas (...)
A ex-companheira de Alexandre e mãe biológica da vítima, também revelou que Anna Carolina tinha um comportamento doentio, de ciúmes e possessividade em relação a Alexandre, a ponto de não permitir que a ex-mulher com ele falasse a respeito da filha, tendo ela que intermediar a conversação e de não permitir sequer que a ex-companheira soubesse o endereço onde moravam, querendo, por certo, mantê-la longe (...).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Caso Isabella:
polícia estranha depoimentos do casal
"Alexandre e Anna Carolina, os quais em tudo concordam e possuem a mesma opinião acerca do ocorrido, não apresentaram em momento algum, desde o primeiro contato que tiveram com as autoridades, horas depois do fato, qualquer dúvida, qualquer questionamento, tampouco sensação de estranheza diante das circunstâncias da cena do crime, diferentemente de todas as demais pessoas". É a opinião da delegada-assistente do 9º Distrito Policial (Carandiru), Renata Helena da Silva Pontes, sobre o assassinato de Isabela Nardoni, de 5 anos. É o que se confirma com a leitura da íntegra dos depoimentos aos quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
A polícia diz não ter dúvidas que Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos, pai, e Anna Carolina Jatobá, de 24, madrasta da menina, mataram Isabella. Falta concluir "quanto à motivação e individualizar a conduta" do casal. A menina morreu no dia 29 de março, após cair do 6º andar do apartamento em que vivem seu pai, a madrasta e dois meio-irmãos, na zona norte de São Paulo.
Os depoimentos do inquérito revelam os momentos de pânico no Edifício London pouco depois da queda da menina. Alexandre contou que ao chegar ao edifício os três filhos dormiam no carro quando ele subiu com Isabella, enquanto a mulher aguardava no veículo para que pudesse auxiliá-la com as demais crianças. Segundo a polícia, entre o momento em que o pai diz ter chegado ao prédio e a queda da menina passaram-se 19 minutos. Alexandre afirmou que deixou Isabella e foi à garagem apanhar seus outros dois filhos e Anna Carolina. Quando voltou ao apartamento, a porta ainda estava trancada. A polícia constatou que não havia sinais de arrombamento ou invasão no prédio.
Ao chegar ao quarto da Isabella, Alexandre contou que "viu que esta não se encontrava na cama". Então, com o filho no braço, entrou no quarto dos meninos e viu "pingos de sangue no chão". A janela estava aberta e havia um corte na tela de proteção. Ao olhar pela janela, ele viu que sua filha estava caída lá embaixo.
O quadro começou a mudar quando a polícia ouviu testemunhas que disseram que, antes da queda, ouviram uma criança gritar: "Papai, papai, papai, pára, pára!" Outras duas relataram uma discussão entre o casal. Os médicos-legistas constataram que "a vítima tinha sinais claros de asfixia".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo